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Entrevistas

24/04/2019 as 08h30 / Por (G1 MS)

Nmeros da violncia domstica em MS impressionam at juza: ' difcil ser mulher neste mundo' 2u5eh

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Juíza da 3° Vara da Violência Doméstica em MS, Jacqueline Machado, em visita à TV Morena nesta terça-feira (23).
Juza da 3 Vara da Violncia Domstica em MS, Jacqueline Machado, em visita TV Morena nesta
tera-feira (23). Foto: Jaqueline Naujorks/G1 MS

Todos os dias, ao menos 20 mulheres procuram a Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande (MS) em busca de medidas protetivas contra seus companheiros violentos, de acordo com Jacqueline Machado, titular da 3 Vara da Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher em MS. Em visita TV Morena nesta tera-feira (23), a juza falou ao G1 sobre os nmeros da violncia domstica em MS.

Os nmeros da violncia domstica em MS este ano impressionam at mesmo a juza, que atuou por 15 anos no interior antes de vir para a capital, em 2016: "So 14 feminicdios de janeiro a abril, uma mdia de 600 boletins de ocorrncia por ms, 3.500 medidas protetivas, isso prova que apesar de todo o nosso trabalho de conscientizao, a violncia no diminui. muito difcil ser mulher neste mundo", declara.

Entre as mulheres que, invariavelmente, chegam Casa em situao de vulnerabilidade, feridas fsica e psicologicamente, alguns casos marcaram pelo nvel de tortura a que foram submetidas por seus prprios conviventes. Casos que, segundo a juza, descortinam a gravidade do machismo convertido em agresso:

"Uma mulher me contou que sofria violncia fsica e psicolgica por parte de seu marido h mais de 30 anos. Eu a orientei a denunciar, ela registrou ocorrncia e pediu medida protetiva. Depois de um tempo o homem pediu perdo, disse que estava mudado, comeou a frequentar igreja e eles reataram. No dia que eu soube, disse a ela que tomasse cuidado, que ningum muda assim do nada. No tive mais notcias dela at saber, este ano, que ela tinha sido vtima de feminicdio, foi assassinada pelo marido", relata.

Jacqueline diz que a medida protetiva contra o agressor ainda a melhor forma de se proteger: " uma maneira de mant-lo afastado sob pena de priso caso seja descumprida, e dizer que a Justia est ciente de seu comportamento violento". Das 14 mulheres vtimas de de feminicdio em MS este ano, apenas uma tinha medida protetiva contra o companheiro.

"So mulheres que morreram simplesmente porque terminaram seus relacionamentos ou queriam faz-lo. Um homem mata porque despreza a mulher, e se ele no pode dominar, tem que exterminar. posse, puro machismo, um comportamento, infelizmente, enraizado em nossa sociedade."

"Trabalhar na Casa da Mulher faz a gente perceber que no sabemos um tero do que acontece nos lares brasileiros. Na hora que a voc v aquela mulher chegando machucada, com os filhos pequenos, arrasada, a gente se d conta que um dos lugares mais perigosos para uma mulher dentro de casa."
A juza afirma que o dado nacional, em uma dcada, ainda mais alarmante: "Em 10 anos, 40 mil mulheres morreram vtimas de violncia no Brasil, isso um estado de guerra".

Em Mato Grosso do Sul, 12 projetos de combate violncia contra a mulher esto em vigor, entre eles, um grupo de apoio para vtimas e um de conscientizao para agressores: "Muitas vezes nem o homem entende por que tem um bom comportamento fora de casa, mas no ambiente domstico, agride a esposa, a me, a filha. Combater isso uma luta diria e um compromisso de todos ns", finaliza.

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